25 abril, 2007

DE PEQUENINO É QUE SE COMEÇA

Este é o resultado de um trabalho de pesquisa realizado em grupo pela turma B do 2º Ano, articulando o projecto "Animais nossos amigos", promovido pela CMS e actividades de pesquisa de informação em livros na Biblioteca Escolar, com o trabalho na sala de aula.















24 abril, 2007

DIA MUNDIAL DO LIVRO

Um miminho que chegou do 2º B...


















Ainda dizem que a tradição já não é
o que era!...








21 abril, 2007

DIA MUNDIAL DO LIVRO E DO DIREITO DE AUTOR



O "Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor" é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril, dia de São Jorge.
Esta data foi escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas UMA ROSA VERMELHA DE SÃO JORGE (Saint Jordi) e recebem em troca, UM LIVRO.
Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare e Cervantes, falecidos em 1616, exactamente a 23 de Abril.


Partilhar livros e flores, na Primavera, é prolongar uma longa cadeia de alegria e cultura, de saber e paixão.


Esta é, também, a proposta feita pela Biblioteca Escolar a todas as turmas:

Cada rapaz oferece uma rosa a uma menina: Podem ser dobragens em origami, feitas em papel crepe ou simplesmente colorida num cartãozinho.

Em troca, cada menina completa a seu gosto um livrinho simbólico e oferece-o ao rapaz.
Rivalidades próprias da idade à parte, vamos ver o que é que dá!!

Numa época em que tudo é tão rápido e efémero, é cada vez mais importante localizar no espaço e no tempo a origem das tradições para que se ultrapasse o sentido meramente comercial de algumas
comemorações.

LEIA MAIS! VIVA MAIS! é o lema associado à campanha...E AME MAIS! acrescentamos nós...

16 abril, 2007

ESTE POEMA FOI O PRIMEIRO CONTACTO COM TERESA MARQUES

POEMA PORQUÊ? (clique aqui)

VISITA DA POETISA TERESA MARTINHO MARQUES

Foi um dia saboroso, este. Não a conseguindo superar em doçura, transcrevemos, tal qual, as palavras sobre a sua visita que a querida Teresa colocou no seu blogue "TEMPO DE TEIA"

Obrigada, obrigada!! És mesmo especial!

Palavras e ternuras...

A convite da Coordenadora da Biblioteca, lá fui eu hoje para Setúbal estar com meninos de segundo ano de uma escola EB1 que trabalharam os livros.(É a nossa!) Duas turmas. (2º A e 2º B)
De manhã a primeira (2º A) que me deixou uma lembrança linda... Ninguém lhes havia falado do meu carinho pelas borboletas,(ninguém mesmo!) mas depois de uma sessão viva e muito participada, foi curioso receber das suas mãos este mimo inesperado (escrita de um poema inspirado num dos do livro) que faz todo o sentido.
Cada aluno desenhou por dentro a sua borboleta...
.


Começámos assim (como se vai ouvir no vídeo) (vão ao "Tempo de teia" e oiçam!!) a sessão da tarde.(2º A) Depois (felizmente) quer de manhã, quer de tarde, a arrumação vai-se sempre perdendo e acabamos bem juntinhos e misturados, com muitos beijinhos e abraços na despedida. Mil bracinhos no ar, perguntas e histórias e perguntas e mais histórias que querem partilhar sobre a sua vida. Podemos dizer os nossos nomes? E quando fazemos anos. E quantos anos temos. Podemos?
Estas segundas são assim guardadas para as partilhas mútuas de palavras e ternuras. Os livros no centro. As histórias. O prazer de mergulhar nelas. E gostas mais de ler ou de escrever? E o que é ser poeta? E como é que inventas essas coisas todas que pões nas poesias? Posso ler este poema? Posso dizer um poema que eu fiz com uma amiga e sei de cor?
Não sei nunca se estou à altura de responder prolongando o sonho. Mas deixo mensagem simples hoje: ser poeta é ser assim criança como vocês de olhos sempre abertos a fazer perguntas ao mundo. É não deixar que a porta se feche para aquele espanto bom com todas as coisas. É não deixar que ser adulto nos retire o sorriso que lá coloca uma borboleta de mil cores, ou uma aranha tecendo a sua teia. Que não se dê a desculpa de ter muito que fazer para não conseguir prestar atenção a uma flor pequenina que nasceu no alcatrão da estrada.
Ser poeta é talvez não conseguir dormir, não conseguir deixar de pensar e se inquietar com as coisas. Às vezes escrevemos tudo isso que mora cá dentro num local exterior a nós... outras, simplesmente, escrevêmo-las em silêncio bem por dentro onde ninguém lê.

Disse isto com outras palavras. Acho que perceberam. (Claro que percebemos!...pelo menos quase todos... os outros vão perceber mais tarde)

Queriam levar para a aula os livros que lhes deixei.
Mais outro dia bonito.

Teresa Martinho Marques

Visitem a a sua página SABORSABER

Deliciem-se!!

02 abril, 2007

2 DE ABRIL - DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL




Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil
Margaret Mahy

Nunca me hei-de esquecer de como aprendi a ler. Quando era menina, as palavras escapuliam-se diante dos meus olhos como pequenos escaravelhos negros cheios de pressa. Mas eu era mais inteligente do que elas. Aprendi a reconhecê-las apesar de tentarem escapar-me velozmente. Até que, por fim, consegui abrir os livros e entender o que lá estava escrito. Sozinha, tornei-me capaz de ler contos, histórias engraçadas e poemas.
No entanto tive surpresas. A leitura deu-me poder sobre os contos e de alguma forma também deu aos contos um certo poder sobre mim. Nunca lhes pude escapar. Isso faz parte do mistério da leitura.
Uma pessoa abre um livro, acolhe e compreende as palavras e, se a história for boa, ela explode dentro de nós. Aqueles escaravelhos que correm em linha recta de um lado para o outro da página em branco convertem-se primeiro em palavras e, logo a seguir, em imagens e acontecimentos mágicos. Ainda que certas histórias pareçam nada ter que ver com a vida real, ainda que nos conduzam a surpresas de toda a espécie e se distendam em múltiplas possibilidades, para um lado e para o outro, como pastilhas elásticas, no final as histórias que são boas devolvem-nos a nós mesmos. São feitas de palavras, e todos os seres humanos sonham ter aventuras com as palavras.
Quase todos começamos como ouvintes. Ainda bebés, as nossas mães e os nossos pais brincam connosco, dizem-nos rimas, tocam-nos as mãos («Pico pico maçarico quem te deu tamanho bico…») ou põem-nos a bater palmas («Palminhas, palminhas…»). Os jogos com palavras são ditos em voz alta e, quando somos crianças, escutamo-los e rimos com eles. Logo a seguir aprendemos a ler os caracteres impressos na página branca e, mesmo quando lemos em silêncio, há uma certa voz que está presente. A quem pertence esta voz? Pode ser a tua própria voz, a voz do leitor. Mas é mais do que isso. É a voz da história que vem do interior do próprio leitor.
É claro que há hoje muitas maneiras de contar uma história. Os filmes e a televisão têm histórias para contar, embora não usem a linguagem da maneira como o fazem os livros. Os escritores que trabalham em guiões de televisão ou de cinema são obrigados a utilizar poucas palavras. «Deixem as imagens contar a história», dizem os especialistas. Muitas vezes vemos televisão na companhia de outras pessoas, mas quando lemos quase sempre estamos sós.
Vivemos numa época em que o mundo está cheio de livros. Mergulhar nos livros à procura de alguma coisa, lendo-os e relendo-os, faz parte da viagem de cada leitor. A aventura do leitor consiste em descobrir, nessa selva de caracteres impressos, uma história tão vibrante que o transforme como que por magia. Uma história tão apaixonante e misteriosa que mude a sua vida. Creio que cada leitor vive para esse momento em que de súbito o mundo de todos os dias se altera um pouco, abre espaço a uma nova piada, a uma ideia nova, àquela nova possibilidade que é dada a uma determinada verdade de se exprimir pelo poder das palavras. «Sim, isto é mesmo verdade!», exclama aquela voz dentro de nós. «Estou a reconhecer-te!» A leitura é verdadeiramente apaixonante, não acham?

Margaret Mahy

MARGARET MAHY nasceu em Whakatane, Nova Zelândia, em 1936. Bibliotecária, decidiu dedicar-se a tempo inteiro à escrita, em 1980. Escreveu obras dirigidas a diferentes idades, cultivando géneros que vão do álbum para crianças pequenas ao romance juvenil, passando pela poesia e pelo texto dramático. É uma das mais premiadas escritoras da Nova Zelândia, tendo sido distinguida, em 2006, com o Prémio Hans Christian Andersen do International Board on Books for Young People (IBBY), o mais importante galardão mundial atribuído a um autor de literatura para crianças e jovens. Marcada pela riqueza poética da linguagem, a escrita de Mahy tem logrado exprimir, por vezes de modo metafórico mas sempre com extraordinária autenticidade, a experiência da infância e da adolescência. Encontra-se traduzida em numerosos idiomas, incluindo o português (O Rapaz dos Hipopótamos, Livros Horizonte). Outros títulos que publicou: Catálogo do Universo, Lembrança, Um Leão no Prado, O Homem cuja Mãe Era Pirata.

Versão portuguesa: José António Gomes