27 outubro, 2007

Poemas de Eugénio de Andrade

Neste tempo quentinho de Outono aqui ficam dois dos poemas lidos durante a semana dedicada à comemoração das Bibliotecas Escolares.





Frutos



Pêssegos, peras, laranjas,
morangos, cerejas, figos,

maçãs, melão, melancia,
ó música de meus sentidos,
pura delícia da língua;
deixai-me agora falar
do fruto que me fascina,
pelo sabor,
pela cor,
pelo aroma das sílabas:
tangerina, tangerina.


Eugénio de Andrade, in Aquela nuvem e outras


Gatos


Gato dos quintais,
gato dos portões,
gato dos quartéis,
gato das pensões.

Vêm da Índia, da Pérsia,
de Ninive, Alexandria.
Vêm do lado da noite
do oiro e rosa do dia.

Gato das duquesas,
gato das meninas,
gato das viúvas,
gato das ruínas.

Gatos e gatos e gatos.
Arre, que já estamos fartos!

De Eugénio de Andrade, in Aquela nuvem e outras


Um livro com poemas que Eugénio dedicou ao (Miguel), à medida que o menino foi crescendo.

Este poema bem como outros do mesmo livro, foi lido a todas as turmas de 1º ciclo por mim, Teresa, e pelas nossas convidadas Conceição e Maria da Fé do Conselho Executivo da Escola Aranguez.

O que mais nos fascinou, para além da escrita, foi ver as ilustrações de três edições diferentes deste mesmo livro. Encontrámos uma edição de 1989 (Círculo de Leitores) e comparámos com outra de 2006 (Campo das Letras).
Houve uma excelente partilha leitura de poemas. Uns produzidos pelos próprios alunos, outros fruto da sua pesquisa.

Vivemos momentos muito agradáveis.

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